Chinoquinha vem pra sala, vem ver como é bom dançar / Te ensino a dançar bugio e tu me ensina a namorar / O balanço do bugio, dois passos pra cada lado / E tu me ensina o jeitinho de eu ser teu namorado
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Sou índio guapo e trabalho a semana inteira / Na minha algibeira sempre trago o que gastar / Sábado a tarde não trabalho e me preparo / Saio num faro de um fandango pra dançar
Se às vezes me esqueço em função da lida / De dizer que a vida pra mim é você / Te abanca comigo me faz um afago / Me alcança um amargo que eu vou te dizer
Bem perto do portão preto / Parece que já estou vendo / Cuia bem grande com erva / Chimarrão que está correndo
Eu gosto do luxo que a morena gosta / Eu te quero bem morena luxuosa / O corpo é bem feito e a pele é mimosa / Amarra o cabelo, fita cor de rosa
Quando as almas perdidas se encontram / Machucadas pelo desprazer / Um aceno, um riso, apenas / Dá vontade da gente viver
Amanhã de manhãzita eu vou pro povo / Eu vou de novo recorrer os aguapé / Terminar umas esquilas a martelo / Eu vou campear algum chinelo pro meu pé
Numa fazenda povoada, a uma viúva pertencia / Quadra de sesmarias, mas tudo meio atirado / Alguns capão de mato serve de abrigo no inverno / De onde tiravam o cerno pra arrumar os alambrados
É lindo ver a moçada bater o pé no salão / Numa bailanta campeira ao estilo do rincão / Ver um gaiteiro pachola que abraça a gaita com calma / Num fole que vai e vem tirando acordes da alma
Tenho um cavalo tostado, veio lá da Vacaria / Que eu comprei de um fazendeiro que se chama João Maria / Quando recebi o potro eu botei na estrebaria / Adelgacei a capricho mais ou menos quinze dias