Eu sou um peão de estância / Nascido lá no galpão / E aprendi desde criança / A honrar a tradição
Baixar Mais Tocadas: Os Serranos
Não me perguntes onde fica o Alegrete / Segue o rumo do teu próprio coração / Cruzarás pela estrada algum ginete / E ouvirás toque de gaita e violão
Dos bugios que cantamos ao povo surge um novo contando lorotas / E trazendo na mala de viagem a bagagem de mil anedotas / Diz que veio de um pago distante onde o diabo perdeu suas botas / Dos bugios que cantamos ao povo surge um novo contando lorotas
(Ala pucha, tchê não se assustemo / Que no perigo a bala vem nóis se abaixemo / Ala pucha, tchê não se assustemo / Que no perigo a bala vem nóis se abaixemo)
Ao lonquear a carne gorda / num churrasco mal passado / dou um tombo na farinha / pra enxugar o sangue escaldado
Quando escaramuça no meu peito uma saudade / Agarro as garras pra encilhar meu estradeiro / E enquanto a tarde já se apaga pelos cerros / Minh’alma acende suas paixões e seus segredos
Às vezes vou me lembrando / Do baile da mariquinha / Do xote velho largado / E da rancheira que vinha
Amarrei o cavalo no tronco / Entrei no baile chutando o capacho / E já senti no olhar das velhas e suspiro das moças / Mas que baita macho
A tropa vinha estendida pastando no corredor / Eu empurrava culatra e também fazia fiador / Num bagual gordo e delgado arisco e corcoveador / Que se assustava da estaca e da sombra do maneador
Que saudade, dos meus tempos de piá / Da minha terra, de tudo que eu deixei lá / Meu cachorro, velho cusco tão amigo / Vinha embora, nunca mais cacei contigo