Adeus, ó casas velhinhas / Das vielas estreitinhas / Onde o fado já morou / Adeus meu bairro de encantos
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Ando a lembrar-me de ti, no / Dia a dia / P’ra não esquecer escrevia / Em toda a parte escrevi
Quero hoje um fado diferente / Que me não lembre da gente / Que só me lembre de ti / Sem choro porque vieste
Os meus olhos que se perdem / Na cor dos das ondas do mar / São dois sonhos que se encontram / Nos sonhos do meu olhar
Não estou bem ao pé de ti / Longe de ti também não / A nossa vida é assim / Eterna contradição
Os teus olhos são dos tais / Que só se encontra uma vez / Deus fez os teus, não fez mais / Por ver o perigo que fez
Eu perdia a noite inteira / Sempre à espera que chegasses / Só, sentado na cadeira / Na esperança que dançasses
Malditos os olhos meus / Quando encontraram os teus / E por eles me perdi / Se os meus olhos te não vissem
Contemplo o que não vejo / É tarde, é quase escuro / Quanto em mim desejo / Está parado ante o muro