O amor é inútil: luz das estrelas / A ninguém aquece ou ilumina / E se nos chama, a chama delas / Logo no céu lasso declina.
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Bem te avisei, meu amor / Que não podia dar certo / E que era coisa de evitar / Como eu, devias supor
Tenho um amor / Que não posso confessar… / Mas posso chorar / Amor pecado, amor de amor,
Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto / Bebi teu licor / Arrumei a sala, já fiz tuas malas / Pus no corredor
Aquela casa fechada / Não tem vasos na entrada / Nem se vê luz de uma vela / Dizem que a casa está morta
Cem anos que eu viva, não posso esquecer-me / Daquele navio que eu vi naufragar / Na boca da barra tentando perder-me / Daquela janela virada p´ro mar
Na rua dos meus ciúmes / Onde eu morei e tu moras / Vi-te passar fora de horas / Com a tua nova paixão
De mãos nos bolsos e de olhar distante / Jeito de marinheiro ou de soldado / Era o rapaz de camisola verde / Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Encontrei um postalzinho / No fundo de uma gaveta / Dois pardais dentro do ninho / E um coração com uma seta
Eu já não sei / Se fiz bem ou se fiz mal / Em pôr um ponto final / Na minha paixão ardente