No pombal a pomba mansa da bonança / Está, coitada, triste e prisioneira / Ansiosa de abrir asas ao caminho / E trazer-nos um raminho de oliveira
Baixar Mais Tocadas: ouvir Amália Rodrigues
No meio da claridade / Daquele tão triste dia / Grande, grande era a cidade / E ninguém me conhecia!
Oiça lá, ó senhor vinho / Vai responder-me, mas com franqueza / Porque é que tira toda a firmeza / A quem encontra no seu caminho?
Mora numa rua escura / A tristeza e amargura / Angústia e a solidão / No mesmo quarto fechado
Todo o amor que nos prendera / Como se fora de cera / Se quebrava e desfazia / Ai, funesta Primavera!
Que sina desventurada / Me criou só para a dor / Cada ventura sonhada / É desventura maior
Quando Lisboa anoitece / como um veleiro sem velas / Alfama toda parece / Uma casa sem janelas
A Júlia florista / Boémia e fadista, diz a tradição / Foi nesta Lisboa / Figura de proa da nossa canção
Meu amor, não me perguntes o motivo / Da paixão que me tortura / A verdadeira paixão não tem razão / Nem se procura
Bem pensado, todos temos nosso fado / E quem nasce malfadado, melhor fado não terá / Fado é sorte, e do berço até à morte / Ninguém foge, por mais forte