Faço de mim / Casa de sentimentos bons / Onde a má fé não faz morada / E a maldade não se cria
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Yuri Gagarin, Mandela e Tom Jobim / Chico Science e Neruda moram dentro de mim / Parnasianos, modernistas e pré-socráticos / Barrocos, cardecistas e pós-democráticos
Tranquilão na minha / Apreciando a paisagem / Ilusão de paz que não satisfaz / Consumismo, prepotência
Se lembra daquele dia que a chuva caía e a gente ali / Deitado na barraca ouvindo Blink e NFG / Você me disse coisas que eu nunca mais esqueci / O teu sorriso me fazia sorrir
Eu não sei dançar, mas danço mesmo assim / Danço pra rir de mim / E faço par comigo / Tomo um copo d`água pra me refrescar
Se já não fosse tarde, eu voltava lá / Ia tentar dizer o que eu esqueci / E apesar de tudo, não é novidade / Enquanto o tempo passa, eu espero que
Nos olhos da ciência que desvenda a alegoria / Soam os tambores em anúncio à boa nova / Impávido diante do que não se conhecia / Avança no sendeiro o homem forte a cada prova
Eu vou descendo esse rio, guiando a minha canoa / Não fujo do desafio, que cabe a minha pessoa / Deixo que as águas me levem, mas, quando é preciso eu remo / Invoco a calma e a coragem nas tempestades que enfrento
Adestrado e condicionado / O potencial racional foi sabotado / Um rebanho cego segue sem pensar / Entretido, lobotomizado
Quase onze horas e eu não sei / Qual camisa escolher / Meus amigos buzinando pra eu descer / Meu cabelo tá legal, minha roupa não tá mal