Quando eu olho o meu olho além do espelho / Tem alguém que me olha e não sou eu / Vive dentro do meu olho vermelho / É o olhar do meu pai que já morreu
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Não, ninguem faz samba só porque prefere / Força nenhuma no mundo interfere / Sobre o poder da criação / Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Clara / Abre o pano do passado / Tira a preta do cerrado / Pôe rei congo no Gongá
Como é que vai? / Saúde boa? / Não foi à toa que você mudou daqui / Pra melhorar
Quando eu canto / É para aliviar meu pranto / E o pranto de quem já / Tanto sofreu
Nascido no subúrbio nos melhores dias / Com votos da família de vida feliz / Andar e pilotar um pássaro de aço / Sonhava ao fim do dia, ao me descer cansaço
O corpo a morte leva / A voz some na brisa / A dor sobe pr’as trevas / O nome a obra imortaliza