Em tenra laranjeira / Ainda pequenina / Onde poisava um melro / Ao declinar do dia
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Há vários amores na vida / Lindos como o amor perfeito / Belos como a Vénus querida / De tantos que a vida tem
Naquela casa de esquina / Mora a Senhora do Monte / E a providência divina / Mora ali, quase defronte
Todas as noites um pagem / Com voz linda e maviosa / Ía render homenagem / Á Marquesinha formosa
Ninguém sabe dizer nada / Da famosa Mariquinhas / A casa foi leiloada / Venderam-lhe as tabuinhas
Fui de viela em viela / Numa delas, dei com ela / E quedei-me enfeitiçado… / Sob a luz dum candeeiro,
Mais uma noite perdida / Mais uma noite de fado / É mais um dia de vida / A recordar o passado
É numa rua bizarra / A casa da mariquinhas / Tem na sala uma guitarra / E janelas com tabuinhas
Com lídima expressão e voz sentida / Hei-de cumprir no mundo a minha sorte / Alfredo Marceneiro toda a vida / Para cantar o fado até à morte
Quizeste que eu fosse louco / P’ra que te amasse melhor / Mas amaste-me tão pouco / Que eu fiquei louco de amor